Trabalhos
A obra de Machado de Assis evolui de acordo com a ciência de sua época. Na política, vigora o liberalismo; na filosofia, a corrente materialista; e na literatura e na arte, o pessimismo de Schopenhauer, segundo o qual o homem está no mundo para sofrer, e qualquer parcela de felicidade é paga com mais sofrimento.
PONTO DE VISTA NARRATIVO E OBJETIVO DO NARRADOR:
Em Dom Casmurro, Machado de Assis enquanto narra, discute o ato e o modo de narrar. Ele põe em prática a metalinguagem, em que a própria narrativa trata de se auto-explicar. . Durante toda a narrativa a digressividade tem um papel fundamental, dando um tom muitas vezes jocoso, ou criando cumplicidade com o leitor, que ao invés de apenas ler passivamente, participa do próprio ato de narrar, ao servir de confidente do escritor, transcendendo o próprio texto.
RELAÇÃO ENTRE O TIPO DE NARRATIVA E PROFISSÃO DO NARRADOR:
Este romance é narrado em tom de confissão. A personagem, no fim de sua vida, conta ao leitor como esta se desenrolou, colocando no centro de tudo o romance que viveu. O tom em que é feita a narração permite-nos imaginar o narrador, tendo o leitor sentado a sua frente, a contar sua história, numa atmosfera de absoluta intimidade. Machado fala diretamente ao leitor em diversas passagens do livro, e o leva aos locais onde aconteceram os pequenos fatos que compõem a trama, colocando-o junto a Bentinho e seus flashbacks.
INTERTEXTUALIDADE: Com uma possível proposta de traçar pontos de correspondência entre os personagens em questão: Otelo e Dom Casmurro, poderíamos levantar como tema mais evidente o ciúme que, inclusive, é o sentimento motor das duas obras. Porém, ao analisamos de forma mais apurada, encontramos sentimentos e traços de personalidade secundários que apontam para um melhor resultado de intertextualidade entre os dois protagonistas. Partindo da própria questão passional, podemos perceber que ele é oriundo de fontes diferentes. Enquanto Bentinho