Trabalho4
Por que os gregos não obtiveram uma centralização política? Salvo em parte das Guerras Pérsicas, lutando, portanto, contra um inimigo comum e bárbaro – na visão helênica: os persas –, momento no qual houve um efêmero sentimento e prática política do panhelenismo, referimo-nos, nesse caso, à aliança das póleis contra esse inimigo asiático e estranho ao mundo grego; pergunta-se: por que ao invés de guerrearem entre si especificamente na Guerra do Peloponeso (de 431 a 404 a.C.) –, as cidades-Estado não se uniram para uma consolidação, unificação e até mesmo uma expansão territorial, tal como ocorreu, como, por exemplo, com Roma? Para responder tais questões, faremos uma análise política, contendo as relações entre as póleis, sobretudo no entorno do Mar Egeu, para situar como essas interações contribuíam ou prejudicaram esse agrupamento entre os gregos. A análise e a reflexão acerca das duas guerras, que no V século a.C., tiveram como principal cenário o Mar Egeu, e suas póleis, são extremamente importantes para essa pesquisa, pois revelam respostas à nossa questão central neste estudo, a qual também pode ser explicada na formulação da seguinte questão: Por que, em um mesmo século, primeiramente as Cidades-Estado helênicas chegam a se unir contra os persas, e poucas décadas depois, o que se vê no Egeu é uma stásis guerra civil? Nenhum povo do mundo antigo contribuiu tanto para a riqueza e a compreensão da Política, no seu sentido mais amplo, como o fizeram os gregos de outrora. Os nomes de Sócrates, Platão e Aristóteles, no campo da teoria, de Péricles e de Demóstenes na arte da oratória, estão presentes em qualquer estudo erudito que se faça a respeito e mesmo nos mais singelos manuais de divulgação. Entendiam-na - a política - como uma ciência superior, determinante de qualquer organização social e com inquestionáveis reflexos sobre a vida dos indivíduos. Para Aristóteles era a arte de governar a cidade-estado (pólis). Por não conviverem com