Trabalho
Em suas observações, Maquiavel acreditava que a boa administração do soberano dependia de uma articulação política rígida e de muita sabedoria, ligadas às características pessoais, como a ousadia, a sagacidade, a perspicácia e o carisma. O pensador florentino sustentava a ideia de que o bom exercício da vida política dependia da felicidade do homem e da sociedade, pois nenhum príncipe, mesmo o mais sábio, podia ser tão sábio quanto o povo.
Maquiavel fez de O Príncipe um manual de ação política, cujo objetivo maior era a concretização de um poder absoluto, inabalável. Na obra, ele dissertou sobre como deveria ser o poder político exercido sobre um território e uma população, estabeleceu formas de relacionamento do monarca para com a nobreza, o clero, o povo e seu ministério.
A obra de Machiavelli caracteriza-se por uma franqueza que deixa atônitos os leitores, talvez para que tivesse fácil assimilação ou talvez para que o resultado a que se propunha fosse rapidamente logrado. Não existindo meias palavras, os escritos tratam da arte do governar pela intimidação e astúcia. Os capítulos assim se sucedem, uns após os outros, recheados de conselhos ao tirano que deseja se manter no poder, seja por meio de leis, seja por meio da força. De preferência, usando ambas já que uma sem a outra não seria durável, ou sustentável usando um termo atual.
Trata-se portanto de um manual à moda antiga, onde Machiavelli não teve escrúpulos ou constrangimento de descrever das mais simples às mais ardilosas e perfídias maquinações para a manutenção do poder num mundo envolto em interesses,