Trabalho
“Durante a Idade Média, os povos europeus cristãos reconheciam a Igreja Católica como a única autoridade espiritual existente, não havendo salvação da alma fora dela. A Igreja vinha concentrando, ao longo dos anos, um imenso poder não apenas espiritual, mas também material e político. Seus altos mandatários, o papa, os cardeais e os bispos estavam mais preocupados em exercer esse poder, em aumentar os seus domínios e sua influência, do que oferecer conforto espiritual às populações. (...) Os papas viviam em constante conflito com os imperadores, todos procurando obter cada vez mais poder político e econômico. Os príncipes, por seu lado, buscavam retirar da Igreja o controle das imensas extensões de terras e outros bens. (...) Na Europa do século XVI, era generalizada a necessidade de se encontrar algum apoio firme num mundo que parecia estar se desfazendo, que muitos afirmavam estar perto do fim. Durante algum tempo, a venda de indulgências promovida pela Igreja acalmou essa situação. No entanto, isso se revelou uma prática por demais vergonhosa. A Igreja Católica foi ficando cada vez mais desacreditada. Além da venda de indulgências, comercializava-se qualquer objeto como um suposto valor religioso. É nesse quadro, num Império Alemão descentralizado, dominado por muitos príncipes e com grande parte de seu território pertencente à Igreja, que surge um movimento de caráter religioso e político conhecido como Reforma. Martinho Lutero, membro da Igreja Católica de Roma, inconformado com o vil comércio das coisas espirituais e angustiado com a salvação da própria alma, acende o estopim de um conflito dividindo a unidade cristã que prevaleceu por toda a Idade Média.”
VEIGA, Luiz Maria. A reforma protestante .2.ed.São Paulo : Ática, 1991.p.01-02.
O conjunto de transformações políticas, econômicas e socioculturais que passaram a ocorrer no final da Idade Média e início da Idade Moderna, representam uma época de