Trabalho
Por definição, contemporâneo é o que ou aquele que é do mesmo tempo, da mesma época, especialmente da época em que vivemos. A arte contemporânea é sempre um assunto momentoso e recorrentemente debatido em todos os simpósios e bienais sobre arte. Provavelmente, é isso que a alimenta em todo o mundo.
A partir da segunda metade do século XX, quando foi constatado que a arte produzida então nada mais tinha a ver com o que se fazia na primeira metade daquele século, começou-se a rotular aquela tendência de arte contemporâneae ela está aí por todo o mundo, até os dias de hoje. Foi então que os artistas plásticos do movimento contemporâneo abandonaram a representação da realidade, dizendo-a absolutamente falida. Passaram a defender que a composição de cores e formas por si só era uma obra de arte; defendiam a prevalência das ideias, desprezando a materialização das obras. Começa aí a confusão, já que tudo passou a ser chamado de arte e a grande maioria das pessoas – o povo tem o direito de opinar – duvida que certas obras chamadas de contemporâneas sejam realmente arte.
A principal característica da arte contemporânea é o abandono dos suportes tradicionais. Com o abandono da tela e do bronze surgiram outros suportes e, depois, simplesmente foram abolidos pelos contemporâneos. A arte conceitual dos anos de 1960, que talvez tenha consolidado o processo, passou a trabalhar mais com a cabeça do que com as mãos. Vide os exemplos das obras de Lygia Clark (1920-1988) e de Hélio Oiticica (1937-1980). A partir deles, passamos a ter muitas ideias e poucas obras, o que, em termos de demanda no mercado, é muito bom, já que com a diminuição da oferta, a procura aumenta.
A arte contemporânea eclodiu mundialmente por essa época, está aí e, depois de tantos anos, ainda é recorrentemente discutida e entendida por poucos. Pergunte a Affonso Romano de Sant’Anna (1937), reconhecido poeta e escritor mineiro e radicado na Capital do Rio de Janeiro, que escreveu a