Sociedades Indígenas Brasileiras no Século XVI Cerca de 3,5 milhões de índios habitavam o Brasil na época da colonização. Dividiam-se em quatro grupos linguístico- culturais: Tupi, Jê, Aruaque e Caraíba. Naquela ocasião, os Tupis acabavam de ocupar o litoral, expulsando para o interior as tribos que não fossem Tupis. Portanto, manter relações de amizade e aliança com o grupo dominante passou a ser fundamental para os conquistadores europeus. As tribos eram formadas por indivíduos cujas aldeias ocupavam uma área contígua, falavam a mesma língua, tinham mesmos costumes e possuíam um sentimento de unidade. Cada uma das aldeias constituía uma unidade política independente, com um chefe que não se distinguia dos demais homens: caçava, pescava e trabalhava na roça. Havia um chefe para as cerimônias religiosas, que tinha grande influência sobre o grupo; ele era o curandeiro da tribo, cuidando dos doentes com ervas e magia. Não havia nem escravos e nem uma camada dominante, pois as técnicas rudimentares forçavam todos a trabalhar. Os diferentes grupos tribais do Brasil se caracterizavam pela utilização de uma técnica rudimentar na obtenção dos meios de subsistência. Isto se refletia na exploração dos recursos naturais, bastante limitada, e na maior ocupação do tempo nas tarefas que garantissem a sobrevivência para melhor lidar com as tribos, os jesuítas aprenderam a língua tupi. Modificaram-na, criaram uma gramática e a transformaram na língua comum a várias tribos. Assim, a identidade cultural dos nativos foi descaracterizada, tornando-os alvos mais fáceis para os interesses dos missionários. Mesmo entre os índios do mesmo grupo linguístico-cultural havia constantes embates, motivados tanto por questões tribais - disputa da área de caça e ofensas familiares - como pelas alianças com os invasores estrangeiros. Percebendo essa situação, os próprios portugueses estimulavam ou até provocavam as rivalidades, como forma de facilitar sua dominação. O Índio no