Trabalho
Das mãos deste filho de italianos, natural de Santa Bárbara (RS), nasce a ferraria Tramontina: uma pequena oficina estabelecida em um terreno alugado.
Após cumprir o serviço militar obrigatório, Valentin retoma suas atividades e investe no futuro, transferindo a empresa para um galpão maior.
Um homem, de mãos vazias, diante de uma gleba de terra coberta de matas, tendo como únicas armas e instrumentos seus sonhos e utopias de moradia e mesa farta rodeado de filhos. É o retrato do imigrante italiano que iniciava sua caminhada no Rio Grande do Sul, a partir de 20 de maio de 1875.
Terra e mata, algum instrumento de trabalho, foi o início do barraco provisório, do esquartejo do pinheiro, da derrubada da mata, da construção da casa definitiva, dos cercados, galpões e as plantações.
Para o imigrante que deixou a Itália no final do século 19, o principal anseio era a propriedade da terra. O contato com a Revolução Industrial ocorrido na Europa foi de grande valia para o colono italiano. O trabalho na fábrica, ainda que temporário, o familiarizou com o novo modo de produzir. Algumas máquinas, fruto da revolução industrial, foram trazidas pelos imigrantes. Saber como as máquinas eram produzidas era um atalho para a produção de novas ferramentas e artefatos. Tudo o que escrevemos até agora é para dizer que a família Tramontina tinha em seu sangue o destemor da maioria dos imigrantes que aportaram nessa região inóspita e íngrime do estado mais meridional do Brasil.
Ao chegar na região colonial do Rio Grande do Sul, o imigrante trazia o conhecimento de algumas atividades e as pré-condições para a produção de outras. Eram extremamente engenhosas.
Um córrego, a ser canalizado, em todo ou em parte, foi a grande engenhosidade dos imigrantes. A roda d’água foi o embrião da metalurgia da região.