Trabalho
PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS
QUESTÃO TERMINOLÓGICA
A terminologia quando adotada de forma errônea, muitas vezes, acaba por reforçar a exclusão de uma classe de pessoas tendo força para constranger tal classe. As palavras e expressões escolhidas para designar grupos de pessoas podem carregar em si o sentimento que a sociedade tem por elas.
Até a década de 1980, a sociedade utilizava-se de termos preconceituosos para tratar as pessoas com deficiência, utilizando-se até de expressões como “aleijado”, “defeituoso”, “incapacitado”, “invalido” e etc.
Em meados de 1980, mais precisamente em 1981, por influência do
Ano Internacional e da Década das Pessoas Deficientes estabelecidos pela ONU, entraram em uso as expressões "pessoa portadora de deficiência" e "portadores de deficiência". Outro termo que sempre está sendo utilizado é pessoa com necessidades especiais, termo que também é utilizado de forma errônea, pois, ao utilizar-se deste termo, não estaria se referindo apenas a classe abordada neste trabalho, tendo em vista que não são apenas as pessoas com deficiência que possuem necessidades especiais, mas também idosos, gestantes, crianças, dentre outros. A Constituição Federal de 1988 utilizou-se da expressão “pessoa portadora de deficiência”, fazendo dessa forma que ficasse menos preconceituosa, pois, retira o foco da deficiência e o passa para a pessoa, o que foi um grande avanço. Quando se fala em “portadores de deficiência”, fala-se em algo que se porta e que poderia a pessoa se desvencilhar a qualquer momento, remetendo ainda a algo que possa ser temporário, por exemplo, portar uma sacola, um livro ou ser portador de uma doença, um vírus, então se entende que o melhor seria focar a pessoa, excluindo a palavra portador.
A deficiência, na grande maioria das vezes, é algo permanente, fixo, fazendo com que o termo portador não possa ser utilizado, pois