trabalho
Nos jardins reais da Europa do século XVII surgiu uma extravagante forma de diverti mento entre as muitas maravilhas de uma época verdadeiramente estimulante. A água, correndo em tubulações subterrâneas, punha em operação figuras mecânica que faziam uma variedade de movimentos, tocavam instrumentos musicais e chegavam a produzir sons semelhantes a palavras. Placas depressão ocultas, ativadas quando as pessoas inadvertidamente pisavam nelas, empurravam a água pelos encanamentos até o maquinário que movia as estátuas. Essas diversões da aristocracia refletiam e reforçavam o fascínio seis cientista pelo milagre da máquina. Toda espécie de máquina foi inventada e aperfeiçoada para uso na ciência, na indústria e nas diversões, O relógio mecânico chamado por um historiador de “a mãe das máquinas” é o exemplo mais importante por causa do seu impacto no pensamento científico (Boorstin, 1983). Os relojoeiros foram os primeiros a aplicar teorias da física e da mecânica à construção de máquinas.
Além dos relógios, foram desenvolvidos bombas, alavancas, roldanas e guindastes para servir às necessidades humanas, e parecia não haver limites aos tipos de máquinas possíveis de se conceber, ou aos usos que lhes poderiam ser dados.Você pode se perguntar qual a relação disso com a história da psicologia moderna. Referirmo-nos, afinal, a uma época que precede em duzentos anos o estabelecimento da psicologia como ciência focalizando a tecnologia e a física, disciplinas que parecem bem distantes do estado da natureza humana. A relação, no entanto, é clara e direta, visto que os princípios personificados pelos relógios e figuras mecânicas do século XVII influenciaram a direção que a nova psicologia seguiria em quase toda a sua existência.
Falamos aqui do Zeitgeist dos séculos XVII a XIX, o solo intelectual que alimentou a nova psicologia. A ideia ou conceito básico do século XVII a filosofia que iria alimentar a nova psicologia era o