trabalho
Em primeiro lugar, Chaplin nos apresenta o cotidiano do capitalista. Ele aparece em sua tipicidade parasitária, montando quebra-cabeças, lendo jornal e digerindo um comprimido de medicamento para alguma disfunção orgânica: stress? úlcerá gástrica?. Talvez Chaplin esteja sugerindo que o capitalista deve estar preocupado com a crise. Não nos esqueçamos que o cenário de Tempos Modernos é o da Grande Depressão. Na verdade, ele é vítima da concorrência intercapitalista (mais tarde, a fábrica irá aparecer fechada).
Em seguida, o capitalista em sua sala de comando, atende um vendedor, trabalhador de classe média, que aparece deslocado de sua função profissional por uma máquina automática. Chaplin sugere que a máquina que caracteriza a modernidade capitalista irá atingir a função do vendedor, tornando-o, tal como o operário da linha de montagem, um mero apêndice da máquina.
O vendedor e seus auxiliares técnicos, apenas conduzem as máquinas: primeiro, um dispositivo automático de áudio que reproduz a apresentação de uma nova invenção, capaz de reduzir os tempos mortos na produção de mercadorias: a sopeira automática. É a máquina que faz a apresentação de venda da máquina. Se a produção de máquinas através de máquinas irá representar uma importante revolução técnica, a venda de máquinas através de máquinas deverá indicar uma nova revolução técnica no interior da grande indústria. O que Chaplin sugere é a revolução das