trabalho
Ao contrário de outras distopias clássicas, como Admirável Mundo novo, de Adous Huxley, Fahrenheit 451 não se alonga na descrição de aparelhamentos futurísticos. O foco é justamente no impacto social que esses causaram, gerando um povo que mais se parece com gado. Um povo que decora a programação da TV, mas se esquecera do nome de quem votou na última eleição. Não é assustadoramente parecido com a realidade atual?
A escrita de Bradbury é muito envolvente e, acima de tudo, poética. O autor usa constantemente de metáforas para ilustrar os sentimentos e ações da personagem, deixando muito à cargo da interpretação do próprio leitor. Isso faz com que os momentos de clímax, que contam com mais objetividade, destaquem-se e sejam ainda mais arrebatadores.
É interessante notar que, paralelamente à jornada de Montag, há interessante notar que, paralelamente à jornada de Montag, há uma guerra em iminência. Ela realmente não é deveras abordada, mas é muito interessante presenciar esse fator em uma obra escrita sobre as cinzas ainda fumegantes da Segunda Guerra Mundial. Enquanto os Estados Unidos tentava a todo custo promover seu American Way of Life para sobrepujar o capitalismo como superior ao socialismo, quantos foram aqueles capazes de ir contra a ideologia da própria nação? Com certeza foram poucos, e Bradbury foi um deles.
Longe do mérito de discutir se o autor era comunista ou capitalista, o livro deixa claro que sua posição era contra a formação de pessoas vazias. O modo como os livros são retratados é sublime, sendo um deleite para