Trabalho
In MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL – Antônio Augusto Fagundes
Não é um grande rio - antes, quase um arroio. Bonito, cristalino, nasce no município de Bagé, na fronteira sul do Estado, em pleno pampa, como afluente do rio São Sepé.
E não nasceu por acaso.
Durante a Guerra das Missões (1750/1756) os índios guaranis, animados pelos padres e comandados por Nicolau Nhenguirú, o cacique Alexandre e pelo próprio José Tiarayu, o Sepé, tentaram impedir que os Sete Povos das Missões caíssem nas mãos dos portugueses. Para isso, as tropas européias não poderiam passar de Santa Tecla, nas terras de Bagé. Se passassem, nada poderia impedir que entrassem nas Missões, de cujos campos dizia Sepé Tiarayu: "Esta terra é nossa! Nós a recebemos de Deus e de São Miguel".
Pois os exércitos unidos de Espanha e Portugal, vencen¬do a heróica resistência dos missioneiros, passaram. Nesse dia, derrotado, Sepé sentiu que tudo estava perdido. Perdidos os Sete Povos, as casas e as igrejas, as lavouras e as estân¬cias. Perdidos os índios, seus lares e suas famiias. Perdida, enfim, a terra que tanto amavam. Co ivy fiandê retã! Esta terra é nossa!
E Sepé chorou.
De suas lágrimas, as próprias lágrimas da terra vencida nasceu um rio. E ele disse: Chereçá y apacuí. Chereçá y. Rio das lágrimas que eu chorei. Rio das minhas lágrimas.
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O MONSTRO DE PANELA DO CANDAL - Bagé - (Colab. Sarita Barros)
In LAGOA DA MÚSICA, (excertos), Pedro Wayne
É um bicho de imensidão de metros, todo ele cobra de um olho só. Não é bicho do mundo, afirmam gaúchos experimentados e vividos que têm se largado a caminhar e até pelo Paraguai já andaram.
Tranqüilo vivia sem ser molestado, porque não havia garras ou dentes, por aguçados que fossem capazes de se atreverem a enfrentar sua força disforme. As feras o respeitavam e os