TRABALHO
José Otacílio da Silva1
Resumo: O propósito deste artigo é mostrar como os clássicos da sociologia – Karl Marx, Èmile
Durkheim e Max Weber – concebem o processo de transformação social. A compreensão da dinâmica social tem a sua importância, pois é por meio desta compreensão que o homem pode iluminar a sua prática política, seja no sentido da conservação, seja no sentido da transformação da sociedade. Com base em leituras das principais obras destes clássicos, o artigo mostra, num primeiro momento, que a transformação social, no entendimento de Marx, depende das contradições que ocorrem entre as forças produtivas e as relações de produção e do nível de desenvolvimento das lutas de classes. Num segundo momento, pôde-se observar que, para
Durkheim, a transformação social não é outra coisa senão o processo de desenvolvimento da divisão do trabalho: a divisão e especialização do trabalho, mesmo enfraquecendo a consciência coletiva e fortalecendo as consciências particulares, longe de provocar a ruptura dos laços sociais, promove, ao contrário, a transformação da solidariedade mecânica em solidariedade orgânica. Por fim, antecedendo às considerações finais, o artigo mostra que, no entendimento de Weber, a transformação ou a conservação da sociedade é uma decorrência das lutas que ocorrem entre as diversas visões de mundo.
Palavras-Chave: Transformação social, Sociologia clássica, Clássicos da sociologia
A MUDANÇA SOCIAL NA SOCIOLOGIA CLÁSSICA – Fernando Kleiman
Introdução
O debate que aqui se pretende tratar gira em torno da questão da mudança social na abordagem de três dos principais autores da sociologia clássica, a saber, Emile Durkheim, Max Weber e Karl Marx. A questão se coloca enquanto um debate devido às metodologias construídas por cada um deles para o tratamento daquilo que definimos aqui como objeto sociológico. Em termos gerais, a própria definição do objeto