trabalho
Em sua grandiosa visão católica da história, Santo Agostinho nos fala sobre as duas cidades: a de Deus e a do homem. Na de Deus fundada sobre o amor a Deus levado ao desprezo de si próprio,e a dos homens, fundada sobre o amor-próprio levado ao desprezo de Deus. Essas cidades foram fundadas no livro do Gênesis por Caim e Abel. Caim criando uma cidade na Terra,e Abel, que não criou nenhuma cidade na Terra mas fundou a celeste. Para Santo Agostinho, a primeira cidade está destinada a sofrer a pena eterna com o Diabo e a segunda a reinar eternamente com Deus . Temos então dois personagens: o cidadão do mundo e o peregrino do céu. Encontramos portanto na cidade terrena duas formas: uma que ostenta sua presença, outra que é com a sua presença, imagem da cidade celeste. A natureza pervertida pelo pecado gera os cidadãos da cidade terrestre, e a graça, que liberta do pecado, gera os cidadãos da cidade celeste. Nesse ponto podemos fazer a união entre os dois maiores teólogos da Cristandade: Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. São Tomás pergunta se sem a graça pode o homem querer e fazer o bem. Ele responde que o pecado não corrompeu totalmente a natureza humana a ponto de privá-la de todo o bem que lhe é natural. Mas para realizar uma obra meritória de caráter sobrenatural é necessário o auxílio da Graça. Santo Agostinho dirá: “sem a Graça ninguém pode absolutamente fazer o bem: seja pensando querendo, amando ou agindo”. Ele também dirá a respeito se a Graça acrescenta algo à alma:” onde disse que a Graça consistia na remissão dos pecados, e a paz na reconciliação com Deus; não se deve entender que a paz e a reconciliação não fazem parte da Graça, no sentido geral do termo mas que, tomado num sentido especial, este termo graça designa a remissão dos pecados”. São Tomás diz que a Graça é maior em uma pessoa do que em outra, mas isso não nos deve deixar tristes ou com sentimentos de inveja, pois nesse ponto há desigualdade. Porque Deus dispensa