trabalho
Os negros que conseguiam fugir iam para os quilombos que eram comunidades compostas por ex-escravos que fugiam das fazendas. Tradicionalmente, os quilombos eram das regiões de grande concentração de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso.
Viviam do que plantavam, criavam alguns animais e caçavam para sobreviver, produziam seus alimentos, fabricavam roupas, móveis e instrumentos de trabalho, cultivavam também as crenças, as tradições e os costumes africanos.
O período de maior formação de quilombos foi entre os séculos XVI e XIX.
No imaginário popular é muito comum a associação dos quilombos a algo restrito ao passado, que teria desaparecido do país com o fim da escravidão. Mas a verdade é que as chamadas comunidades remanescentes de quilombos existem em praticamente todos os estados brasileiros.
Levantamento da Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura, mapeou 3.524 dessas comunidades. De acordo com outras fontes, o número total de comunidades remanescentes de quilombos pode chegar a cinco mil.
Antigamente a invisibilidade dos quilombos era uma forma de proteção, hoje milhares de comunidades negras lutam pela visibilidade.
Cortiços
O que é um cortiço? Se formos procurar pela definição dessa palavra em um dicionário, encontraremos o seguinte: "habitação coletiva das classes mais pobres".
Os negros liberdos viviam nos curtiços
"Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava (...) das portas surgiram cabeças congestionadas de sono.(...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres (...), via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam, suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem