trabalho
Toda água contém íons, inclusive a encontrada em rios e lagos. Nos oceanos, a quantidade é maior devido a um processo que começou há milhões de anos. A chuva foi diluindo os minerais presentes na superfície terrestre, carregando-os para o mar. Ao mesmo tempo, vulcões submersos foram lançando elementos químicos na água, contribuindo para o aumento da salinidade. Esses fenômenos ocorrem até hoje. Estima-se que os oceanos recebam anualmente 2,5 milhões de toneladas de sais variados. Isso quer dizer que os mares ficam mais salgados a cada ano? Não, pois eles também perdem sal. Moluscos, crustáceos, estrelas do mar, ouriços e tartarugas, entre outros animais marinhos, utilizam o sódio e o cálcio diluídos na água para construir suas conchas e carapaças. É por isso que a salinidade média de mares e oceanos ao redor do mundo mantém-se mais ou menos estabilizada em 35% - ou seja, 35 gramas de sais (principalmente cloro e sódio) para cada litro de água.
Com mais de 70% da superfície da Terra coberta por água, é um paradoxo pensar que a escassez deste elemento já é realidade em muitas partes do Planeta. É que somente uma pequena parcela é formada por água doce. Enquanto não existe uma forma barata de tornar potável a água do mar, é bom saber que ele só é salgado porque os oceanos são o ponto final do ciclo da água em nosso planeta, explica o oceanógrafo Ricardo Cardoso, do Aquário de São Paulo.
Segundo a dermatologista Flávia Ravelli, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, a propriedade desidratante do sal nada tem a ver com o fato de nos queimarmos mais à beira-mar do que em outros locais. Ou seja: quem mora longe do mar não vai ficar mais bronzeado se tomar um banho de água salgada antes de lagartear na laje.
O bronzeamento (ou queimadura) da pele depende exclusivamente da incidência de radiação ultravioleta (UV). E, na praia, ela não vem apenas de cima para baixo, como pode parecer, mas também de baixo para cima, já que é refletida na