trabalho
Nas bancas de jornal existem dezenas de revistas com dicas de dietas, exercícios físicos para emagrecer e definir a musculatura e algumas delas abordam até cirurgias estéticas. Na capa, uma atriz-cantora-modelo-dançarina ou um bonitão. Essas publicações sugerem implicitamente que, ao seguir as recomendações daquela edição, você também terá aquele corpo magro e definido, aquele cabelo sempre liso e quase sempre loiro, dentes brancos e perfeitos etc.
Antes das tecnologias da imagem (fotografia, infografia, vídeo), as figuras humanas eram retratadas pela pintura, ou seja, o artista procurava reproduzir a imagem da pessoa retratada. E hoje? Sessão de maquiagem, cabelo, fotos (sempre do melhor ângulo) e programas de computador que corrigem qualquer “imperfeição” do rosto ou do corpo. Aí a imagem está pronta para a capa da revista e para nos indicar o que é belo. Antes, o desafio era reproduzir uma imagem fiel ao corpo; hoje, o desafio é transformar o corpo nas imagens produzidas artificialmente.
No interior dessas revistas também sempre encontramos programas de exercícios ginásticos para diversos grupos musculares, com a promessa de “diminuir a barriga”, “endurecer o bumbum”, etc., ou a sugestão de corridas, caminhadas e prática de esportes para “perder calorias” e, portanto, emagrecer. Percebe-se aí como o exercício físico não é associado à saúde ou ao bem-estar, mas a um modelo estereotipado de beleza corporal caracterizado pela extrema magreza corporal. Se calcularmos o índice de massa corporal – IMC (peso dividido pela altura ao quadrado) das modelos e artistas estampadas nas capas, encontraremos valores muito baixos, que indicam magreza, às vezes abaixo do mínimo para que uma pessoa seja considerada saudável, além de estarem muito distantes da média nacional.
Não há mal algum em querer um corpo bonito, o problema é quando isso se torna uma obsessão e prejudica a sua saúde. Existem alguns transtornos alimentares que vêm crescendo,