trabalho
CFCH - Centro de Filosofia e Ciências Humanas
IP - Instituto de Psicologia
EICOS - Programa de Estudos Interdisciplinares de Comunidades e Ecologia Social
Mestrado em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social
Reflexões sobre a natureza e a cultura da sexualidade
José Guilherme Couto de Oliveira
Introdução
Referenciais Teóricos
A sexualidade contemporânea e seus condicionantes
A dicotomia entre natureza e cultura
Conclusão
Referências Bibliográficas
Introdução
A sexualidade humana é determinada biológica ou culturalmente? Esta é uma questão que tem atravessado diversas áreas do conhecimento, à qual este trabalho pretende contribuir com algumas reflexões.
Primeiramente, cabe apontar que a própria pergunta decorre de uma dicotomia entre natureza e cultura, fruto de uma perspectiva antropocêntrica que vai atribuir ao pensamento simbólico uma descontinuidade ímpar na história do universo.
Em segundo lugar, cabe reconhecer que esta é uma questão antes de mais nada ideológica. Sexualidade e poder se entremeiam em todas as culturas, potência e poder tem o mesmo radical etimológico. Poder é ter acesso a algum tipo de prazer socialmente valorizado. Em todas as culturas as formas e as influências da sexualidade são estruturantes das relações sociais, tecem os seus fundamentos ideológicos e são mantidas por estes. Este trabalho não tem a pretensão de conseguir se desimplicar de uma dinâmica tão abrangente, há que reconhecer que o que será exposto aqui também é fruto de ideologias.
Em terceiro lugar, a partir do reconhecimento do jogo de poderes e ideologias, gostaria de refletir sobre os valores envolvidos e sobre os prazeres e os sofrimentos decorrentes. Deixar que a compaixão guie a reflexão para que a construção do conhecimento escape de uma mera busca narcísica que dissocie a humanidade do resto da natureza e de si mesma.
A sexualidade é um termo de múltiplas acepções, algumas bem