trabalho
A Guerra do Afeganistão teve início quando a União Soviética invadiu aquele país muçulmano a pedido do governo marxista recém-estabelecido, para apoiá-lo na luta contra os opositores, e se inseriu no contexto da Guerra Fria quando os Estados Unidos deram apoio material e financeiro aos grupos que lutavam contra a invasão. A derrota soviética acabou por colaborar com vários fatores que culminaram na queda do regime socialista em 1991. Por isso, foi vista nos EUA e no Ocidente como a definitiva vitória do capitalismo contra o socialismo. Mas, entre os fundamentalistas afegãos e os islâmicos que os apoiaram, foi uma vitória do Islã.
O apoio recebido pelos afegãos anti-marxistas foi significativamente oriundo de outros países muçulmanos. O montante total de dinheiro pago pela Arábia Saudita aos resistentes foi o mesmo ou maior que o valor pago pelos EUA. Cerca de 25 mil voluntários de outros países islâmicos foram ao Afeganistão lutar contra a invasão soviética. A maior parte deles partiu da Jordânia e foi treinada pela inteligência militar do Paquistão. Este país também foi o repassador da verba norte-americana e destinou 75% do financiamento para grupos fundamentalistas. Os islâmicos que participaram da guerra, mais do que anti-comunistas, eram anti-ocidentais.
O conflito deixou uma coligação instável de organizações fundamentalistas islâmicas empenhadas em promover o Islamismo contra todos os não-islâmicos.