trabalho
Considerando que a Literatura, assim como qualquer manifestação artístico-cultural ou qualquer ramo de conhecimento, não deve ser abordada de forma desvinculada do contexto em que se insere, como se fosse algo completamente independente, necessário se faz que reflitamos sobre alguns aspectos histórico-político-culturais da vida brasileira antes de nos atermos especificamente ao estudo da literatura enquanto importante elemento de construção da nossa identidade.
Segundo Luiz Roberto Lopez (1988), o Brasil foi a única colônia ibérica da América Latina que, ao completar a independência, manteve a unidade política e adotou a monarquia como forma de governo, lembra o autor que no México, na mesma época, tal experiência não vingou.
O latifúndio produtor de artigos primários de exportação, tendo como base o trabalho escravo, constituía a base da infraestrutura brasileira. Dessa forma podemos entender como se deu a implantação do regime de monarquia e a consolidação da unidade política. A unidade do Império baseou-se na unidade da classe escravocrata. A continuidade do regime monárquico foi garantida pelo desejo da classe dominante de preservar terras e escravos.
A partir do final da Regência, definida a hegemonia do café nas exportações e considerando a proximidade física da capital, a alta burocracia do regime passou a ser virtualmente monopolizada pelos aristocratas cafeeiros da região fluminense e do vale do Paraíba do Sul. Definido o Império como o regime do liberalismo econômico, da escravidão e do latifúndio monocultor e exportador, a imagem que fica é a do imobilismo histórico – um século de imobilidade sem convulsões, uma planície sem acidentes e imprevistos. Claro que é uma visão equivocada. A própria contradição entre um liberalismo burguês importado e a realidade social baseada na opressão e no escravismo veio a ser fonte permanente de lutas e conflitos. (LOPEZ, 1988, p. 8).
A primeira etapa da Monarquia no