trabalho
Leia atentamente o texto abaixo e responda as questões observando as expressões destacadas em azul.
Sob o signo do medo
Os resultados da pesquisa do IBOPE, realizada em Porto Alegre sobre os principais temores dos que moram nesta capital, mostram o retrato em branco e preto da sofrida gente - não de uma cidade brasileira, mas do País inteiro. E essa conclusão parte de um motivo óbvio, embora não tão simples: observa-se, na multiplicidade de respostas que induzem ao mesmo tema, que o medo se dissemina como a parte angustiada de vidas que se sentem sem perspectivas e com esperanças cada vez menores.
A leitura nesse sentido, é clara: 95% dos entrevistados se sentem inseguros com a vida que levam e a tal ponto que 77% das mulheres ouvidas e 68% dos homens chegaram a se considerar pessoalmente ameaçados. Ao expressar seus temores, 34% das mulheres indicam seu receio por assaltos, numa racionalização evidente na medida em que a possibilidade de qualquer um ser assaltado cresce com as deficiências nos serviços de segurança pública e também com a ampliação da marginalidade social e a disseminação de drogas. A objetividade, contudo, é expressa pelos homens entrevistados: 91% deles têm medo de perder o emprego, como temem, em segundo lugar, que o país se transforme em uma grande baderna. E isso mostra a mais profunda de todas as inseguranças, porque ela atinge a Nação e o próprio indivíduo já perdido em seus propósitos e temendo a exteriorização explícita do próprio caos.
O rol dos partilhados temores é extenso, e inclui o da aposentadoria que passa a ser vista não como recompensa a uma vida de trabalho, mas como aviltamento sócio-econômico. E, ainda, o pânico dos pais por não terem condições de educarem os próprios filhos.
Não há nação que consiga evoluir vivendo sob o signo do medo ou da desesperança. E disso precisam se conscientizar as nossas autoridades. (Zero Hora, 18.02.92 p.02)
Vamos lá ...
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