trabalho
Natália Mazotte
Canal Ibase
Com uma taxa de desemprego que atinge mais de 25% da população ativa, a Espanha vive uma crise que tem trazido cada vez mais ebulição social ao país. O movimento pela autodeterminação da Catalunha ganha força enquanto novos movimentos sociais autônomos, como o 15M, despontam nas praças e nas redes. Para o sociólogo catalão Carlés Riera, é preciso aproveitar o momento, favorável às práticas que podem apontar reais alternativas ao capitalismo.
“O desafio está, contudo, em conciliar o caráter cada vez mais global das necessidades trazidas pelo atual sistema econômico, que exigem uma proposta comum, com a diversidade de movimentos, que não pode ser ignorada”, alerta Riera.
Presidente da Fundación Desarrollo Comunitario e vice-presidente da CIEMEN, instituição de pesquisa, promoção e proteção dos direitos coletivos dos povos, o sociólogo participou da VI Plataforma Ibase, evento que reuniu representantes de movimentos sociais para debater a luta em prol do bem viver. Na ocasião, ele conversou com o Canal Ibase sobre a crise europeia e as dificuldades para se chegar a um novo paradigma civilizatório.
Canal Ibase: Como você começou a militância nos movimentos sociais?
Minha formação é como sociólogo, comecei a militância na Catalunha, onde sempre participei ativamente dos movimentos de esquerda e nos movimentos pela autodeterminação de meu país. Nunca até hoje participei diretamente na política institucional, em partidos políticos. O meu trabalho tem sido na sociedade civil ou nos movimentos sociais, há 20 anos trabalho na fundação Desarollo Comunitario, que é uma organização bem parecida com o Ibase em seus objetivos e temas. Há um tempo também trabalho em outra ONG, que se chama SIEME, que sempre trabalhou, não só na Catalunha como internacionalmente, pelos direitos dos povos e das minorias. Por essa prática que encontrei o Ibase há mais de 10 anos e desde então temos uma boa colaboração.