Trabalho p de biologia
CIENTÍFICO E DE INVESTIGAÇÃO
Luís Dourado, ldourado@ iep.uminho.pt
Manuel Sequeira msequeira@iep.uminho.pt
Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, Braga, Portugal
INTRODUÇÃO
Ensinar os alunos a fazer ciência correspondeu, desde sempre, a uma das preocupações da educação em ciência. Contudo, essa preocupação tem sido objecto de diversas interpretações, expressas, segundo Jenkins (1999), através da defesa do ensino do método científico, dos processos científicos, da ciência como inquérito, etc.
A integração no ensino das ciências do designado "método científico", sinteticamente representado
pelas
siglas
O.H.E.R.I.C.
(Observação,
Hipótese,
Experiência, Resultados, Interpretação, Conclusão), correspondeu a uma das soluções que procurava dar resposta a esta preocupação (Giordan,1999). A sua influência foi marcante na década de 60, aquando do movimento de aprendizagem por descoberta
(APD), traduzida em projectos curriculares para o ensino das ciências, dos quais os mais marcantes foram o Nuffield, o Physical Science Study Committe (PSSC) e o Biological
Science Curriculum Study (BSCS). Note-se que, nessa altura, em que dominavam as concepções indutivistas de ciência (Santos & Praia, 1992), a realização de uma investigação científica, correspondia ao cumprimento rigoroso de todas as etapas do método científico. Pesem embora as grandes alterações ocorridas nas concepções epistemológicas de ciência (Praia, 1999), os professores de ciências interiorizaram de tal forma o significado de método científico (Giordan, 1999), que a sua influência continua a fazer-se sentir, nomeadamente em muitos currículos de ciências (Hodson, 1988) e em algumas práticas lectivas (Praia, 1999).
Na verdade, as actuais perspectivas no domínio da filosofia da ciência rejeitam o método científico e assumem uma diversidade de procedimentos metodológicos reconhecidos pela comunidade