trabalho e Educação
No início da década de 1960, a teoria do capital humano foi desenvolvida e divulgada como demonstração do valor econômico da educação. O conjunto de postulados básicos dessa Teoria do Capital Humano teve profunda influência na educação brasileira, sobretudo, na ditadura militar, entre 1968 a 1975. Em conseguência, essa teoria, tem impacto na educação, uma vez, que relaciona educação com investimento econômico e produtividade. E a educação passa a ser entendida como aspectos fundamentais para o desenvolvimento da economia. Os principais temas de pesquisas são: a mobilidade social, os mecanismos de seleção escolar que remetem à temática da necessária democratização do ensino. Essa problematização, mais crítica, vai contribuir para pôr em evidência a persistência das desigualdades escolares e para mostrar a necessidade de reformas dos sistemas de ensino. Várias contradições foram observadas e serão tomadas aqui como argumentos para questionar o consenso que a relação entre trabalho e educação parece ser portadora. Em primeiro lugar, aponta-se o crescente desemprego de trabalhadores escolarizados, mesmo em um contexto como o brasileiro, no qual a educação ainda não é um direito conquistado por todos; e, em seguida, questiona-se essa relação a partir das desigualdades geracionais, raciais e de gênero. O desemprego crescente de trabalhadores escolarizados, sobretudo nos setores mais modernos da sociedade, é tomado como um dos argumentos para tornar relativa essa perspectiva instrumental da educação que se expressa como se fosse capaz de garantir o emprego ou, até mesmo, o trabalho.
Consolida-se, portanto, o princípio do “estar empregável”, um princípio onde o Estado se desobriga e a educação enquanto Capital Humano passa a ser algo a ser adquirido tendo como referência a responsabilidade individual. A Teoria do Capital Humano em sua nova fase transforma o mercado de trabalho e a educação em uma “arena de luta”, um espaço onde os mais fortes