Trabalho Seffner Final
Faculdade de Educação
Programa de Pós - Graduação em Educação
Seminário “A produção de conflitualidades e violências envolvendo dimensões de gênero e sexualidade”
Aluna: Juliana Vargas
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
Cento e onze presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos.
Haiti – Caetano Veloso
Os versos de Caetano podem ser relacionados, sem maiores dificuldades, aos dados da pesquisa Mapa da Violência que relacionam o número de homicídios à identificação de raça/ cor. Apesar de destacar apenas os versos da epígrafe penso que toda a canção prestar-se-ia a esta identificação, pois, aqueles pretos, mulatos ou brancos quase pretos, parecem ter valor frente às diferenças e dificuldades sociais, uma vez que “ninguém, ninguém é cidadão...” É importante destacar que os dados apresentados pela pesquisa referida são de extrema relevância para a analítica da condição da violência em nosso país. No entanto, pareceram-me assustadores os números relacionados aos homicídios de pessoas negras em relação às pessoas brancas. Os jornais, os noticiários, a realidade que nos cerca em nossas escolas apresentam que os negros constituem a maior parte das vítimas de homicídios. No entanto, os índices são realmente assustadores... Como afirma o texto (p. 62) em 2010 morreram 139% mais negros do que brancos. Uma estatística assustadora! Vale refletir quais as razões que acabam por fomentar tais índices. Certamente que fatores tais como a relação entre a situação econômica, local de moradia, acesso às oportunidades sociais (emprego, instrução) estão atravessados nessa constituição. O ideário de igualdade racial brasileira, no qual todos são tratados como iguais frente às demandas sociais se desfaz ao observarmos tais números. Em uma nação que a pouco mais de 130 anos