Trabalho Morfossintaxe Legado Grego
O presente trabalho, realizado por Maria Helena de Moura Neves, uma das mais respeitadas lingüísticas do País. Tem por finalidade pesquisar a influência da terminologia grega quanto a forma da organização gramatical brasileira, e ainda ressalta considerar como um marco referencial para analisar a evolução do pensamento ocidental sobre a linguagem. A autora inicia sua pesquisa com fonte basilar o estudo publicado no livro A vertente grega da gramática tradicional: Uma visão do pensamento grego sobre a linguagem (Neves, 20051), na qual busca verificar a distinção entre os termos gregos na corrente contínua do pensamento gramatical e os termos adicionados depois. Também analisa os termos transliterados diretamente do grego e outros termos oriundos da tradução latina da gramática grega;
Nessa comparação observa-se que as partes tradicionais da gramática (fonética, morfologia e sintaxe), possuem formação grega, contudo apenas a Sintaxe (sýntaxis) é termo ocorrente nos estudos filosóficos gregos sobre a linguagem, os denominados estóicos. Apesar de não faltar considerações de cunho fonético em Platão. Posteriormente analisa as denominações constantes na Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) quanto aos fatos e dos elementos advindo na tradição da gramática. Dividindo essa análise em três seções. Primeiramente foca na Fonética da NGB, apesar do termo ser ausente na gramática grega, dos cinqüenta e cinco termos da NGB nesse compartimento, onze são de herança da gramática grega. Sendo as considerações fonéticas gregas vinculadas ao aspecto acústico. Já na segunda seção trata da Morfologia. Analisando a NGB quanto à estruturação e formação das palavras pouco se encontra na gramática grega. Quanto a Classificação das Palavras (Flexão) uma teoria das partes do discurso é completa e construída na gramática grega, as denominações de classes vêm por tradução latina, apesar de nem sempre existir correspondência exata do