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A visão que imperou durante séculos e ainda permanece no imaginário de muito boa gente é a de os povos africanos são povos "primitivos" comparativamente ao ocidente, que estão num estado "atrasado" de desenvolvimento quando comparados com o padrão ocidentalizado que ainda é o que impera. Um dado curioso é o facto dos mapas do mundo não há muitos séculos mostrarem o continente africano em tamanho reduzido, isto é, muito menor do que realmente é, com a intenção de não parecer muito maior do que a Europa. A concepção ocidentalizada de desenvolvimento sempre foi imposta em África pelos colonizadores europeus assim como a doutrinação religiosa como forma de dominação. Quando nunca estivemos em África a idéia que temos é aquela que passa nos meios de comunicação sensacionalistas, imagens de guerra, fome, crianças com barrigas dilatadas rodeadas de moscas, quando isso representa apenas uma pequena parte. Na Europa é habitual olhar com uma certa desconfiança para os africanos, é comum atribuirem-lhes características como baixa escolaridade, criminalidade, pouco civismo, pobreza,etc, acrescido de discriminação racial e cultural. Os meus sobrinhos são angolanos e quando vieram para Portugal na escola perguntavam-lhes se em Angola viviam no "mato" e como era a guerra, mas a verdade é que eles tinham visto bem menos do que eles, vinham de uma cidade bem maior e mais desenvolvida do que eles podiam imaginar. Atualmente, enquanto a Europa enfrenta uma grave crise econômica, social e política, ao contrário muitos países do continente africano estão em pleno crescimento econômico, são milhares os portugueses a procurar emprego nesses países (que com certeza querem ser bem recebidos) e ao mesmo tempo são cada vez mais os africanos a virem fazer compras,realizar tratamentos médicos e estudar em faculdades privadas na Europa, o que está a contribuir para uma ligeira mudança de mentalidades por um lado, por outro também estão a emergir novos movimentos e comportamentos de violência