Trabalho fisioterapia
Nervos Periféricos
Benedicto Oscar Colli
1. INTRODUÇÃO
O cirurgião que se propõe a tratar de lesões traumáticas dos nervos periféricos deve estar familiarizado com as características anatômicas macro e microscópicas destes nervos e das estruturas que o envolvem, bem como com a fisiopatologia da lesão nervosa. 2. CONSIDERAÇÕES HISTOLÓGICAS
O nervo periférico é constituído por prolongamentos das células nervosas (pelos axônios dos neurônios motores inferiores, localizados na coluna anterior da medula espinhal; pelos axônios dos neurônios do sistema nervoso autônomo, localizados nos gânglios simpáticos paravertebrais; ou por dendritos dos neurônios sensitivos, localizados nos gânglios das raízes dorsais), e por tecido de sustentação (células de Schwann e tecido conjuntivo).
A unidade funcional do nervo periférico é a fibra nervosa (Figura 1), que é constituída por um prolongamento do neurônio (axônio ou dendrito), recoberto por uma delicada bainha denominada neurolema ou bainha de Schwann, que é o citoplasma das células de Schwann. Entre o axônio e o neurolema forma-se a bainha de mielina que apresenta espessura variável. Esta bainha origina-se a partir do envolvimento do axônio por prolongamentos das células de Schwann, que começam a enrolar-se várias vezes em torno dele e, a medida que isto vai ocorrendo, a membrana da célula de Schwann de um lado entra em contato com a do lado oposto e unem-se. Neste processo, o citoplasma da célula de Schwann é comprimido em direção ao corpo celular e as membranas dos prolongamentos das células de Schwann que giram sobre o axônio formam uma capa constituída por várias camadas de lamelares denominada bainha de mielina, que é
formada fundamentalmente por um lipídio, a esfingomielina. Esta bainha não é contínua e apresenta constrições denominadas nodos de Ranvier. Nas fibras não mielinizadas a bainha de mielina é constituída por apenas uma camada