Fisioterapia do trabalho
A produção científica na área de Fisioterapia vem crescendo lentamente no Brasil, embora a maioria da literatura tradicional utilizada nos cursos de graduação tenha origem em outros países, como Estados Unidos, França, Austrália (Blascovi-Assis & Peixoto, 2002). Tal cenário promove perspectivas de atuação a partir de dados coletados em países com diferenças culturais, epidemiológicas e até mesmo de sistemas de saúde distantes da realidade nacional. No entanto, alguns estudos, principalmente advindos do universo ensino-pesquisa-extensão, vêm sinalizando a necessidade de uma investigação mais integral a partir da realidade local. A formação e a prática da Fisioterapia, hoje, estão direcionadas, prioritariamente, para a clínica de reabilitação e para os centros de terapias hospitalares. Há a tendência no ensino superior de Fisioterapia em valorizar o individual, a terapêutica, a especialidade e a utilização de métodos e técnicas sofisticadas (Rezende, 2007). Talvez aqui resida o determinismo do caráter predominantemente clínico e limitado aos locais de atendimento em níveis secundário e terciário de atenção à saúde na prática do Fisioterapeuta. Tais características, segundo a mesma autora, estão em consonância com o modelo médico-assistencial privatista, ainda hegemônico no Brasil. A forma de perceber, explicar e enfrentar os problemas de saúde ao longo da história do nosso país acarretou o predomínio do pensamento clínico sobre o processo saúde-doença e, consequentemente, os esforços dos profissionais ou áreas de estudo preocupadas com as condições de saúde do homem concentraram-se, por um extenso período, na descoberta de novos métodos de “tratamento” das doenças, revelando a preponderância de uma assistência “curativa”, recuperativa e reabilitadora. No sentido de tentar compreender a tendência dos