Trabalho Esportivo
APRENDER A VIVER
Autor: Luc Ferry
Editora Objetiva – 2006
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Aprender a viver, aprender a não mais temer em vão as diferentes faces da morte, ou, simplesmente, a superar a banalidade da vida cotidiana, o tédio, o temo que passa, já era o principal objetivo das escolas da Antiguidade grega.
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Mas de q catástrofe, de que perigo medonho as religiões pretendem nos fazer escapar? Você já sabe a resposta: é da morte, sem duvida, que se trata. Eis por que todas elas vão se esforçar, de diferentes formas, para nos prometer a vida eterna, para nos garantir que um dia reencontraremos aqueles que amamos (...)
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Mas, para aqueles que não estão convencidos, para aqueles que duvidam da veracidade dessas promessas, o problema, é claro, permanece.
Alguns sábios da Antiguidade diziam que não se deve pensar na morte, pois, das duas, uma: ou estou vivo, e a morte, por definição, não está presente, ou então ela está presente, e, também por definição, eu não estou presente para me afligir!
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Se as religiões se definem como “doutrinas da salvação” por um Outro, pela graça de Deus, as grandes filosofias poderiam ser definidas como doutrinas da salvação por si mesmo, sem a ajuda de Deus.
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“Filosofar é aprender a morrer”, dizia Montaigne.
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O passado não existe mais, e o futuro ainda não existe.
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Se a religião acalma as angústias, fazendo da morte uma ilusão, corre o risco de fazê-lo ao preço da liberdade de pensamento. Porque, de certa forma, ela sempre exige em troca da serenidade que pretende oferecer que, num momento ou noutro, a razão seja abandonada para dar lugar à fé, que se ponha termo ao espírito crítico para que se aceite acreditar.
Filosofar, mais que acreditar, é, no fundo, preferir a lucidez ao conforto, a liberdade à fé.
As três dimensões da filosofia: a inteligência do que é (teoria), a sede de justiça (ética) e a busca da salvação (sabedoria).
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A maioria dos historiadores concorda em dizer que a filosofia nasceu na Grécia, por volta do