A aprendizagem deve ter significado para os alunos, pois cada aluno é único, singular e traz consigo uma bagagem de vivências que por si só já se transformam em saberes dentro da sala de aula. Cada aluno tem sua história para contar, seu conhecimento adquirido pela vivência; e isso é preciso respeitar. Os alunos da EJA vêem na aprendizagem da leitura e da escrita um modo de viver dignamente, sentir-se pertencente à sociedade, construtor da sua história e da história de seu país, bem como conseguir realizar atividades do cotidiano. Neste caso, a alfabetização, que envolve a leitura do mundo e a leitura da palavra, deve ser compreendida como um projeto político no qual homens e mulheres afirmam seu direito e sua responsabilidade não apenas de ler, compreender e transformar suas experiências pessoais, mas também de reconstruir sua relação com a sociedade mais ampla (GIROUX, 1990). Os sujeitos que apesar das dificuldades continuam ou retornam à escola consideram-na como porta de entrada de um mundo a ser descoberto, compreendido, apreendido. Ao perceber que conseguem apreender a sociedade em que vivem como sujeitos de direitos e deveres, começam a reivindicá-los e a cumpri-los descobrindo a importância da sua cidadania e de estar no mundo. Cabe a escola e ao professor oportunizar ao sujeito essa apreensão de mundo. Esta ocorrerá se a escola transformar-se num espaço de construção de cidadania para quem a procura e para quem já está nela. Para tanto, ela deve ser questionadora, crítica, criativa, prazerosa e sobre tudo que parta das necessidades do aluno e da comunidade onde está inserida, tenha uma relação dialógica entre professor – aluno buscando uma relação de confiança para que juntos (numa troca) possam realizar o processo ensino-aprendizagem, considerar o conhecimento como uma construção progressiva e constante e não tão somente uma transmissão e acúmulo de informações, que possibilite a análise e a reflexão dos problemas