Trabalho de Eja
Um projeto de alfabetização e escolarização de jovens e adultos que está presente no interior de estados das regiões Norte e Nordeste e que é financiado por uma instituição privada.
A história da EJA é uma história de tensões entre diferentes projetos de sociedade e diferentes idéias sobre as finalidades da educação. O Estado sempre esteve por trás das iniciativas de EJA como incentivador e financiador. Para isso, contou com suas próprias forças e com a atuação da sociedade civil, seja por pessoas, instituições, grupos e associações que têm uma postura propositiva e se fazem protagonistas, propondo-se a resolver os seus próprios problemas, seja por instituições filantrópicas e assistencialistas, ligadas à idéia de que o adulto não alfabetizado é uma criança em termos de conhecimento e de entendimento do mundo que o cerca.
Parecem tratar a EJA como um favor e não como o pagamento de uma dívida social e a institucionalização de um direito (CURY, 2000).
Algo inferior, para cidadãos inferiores. Essa concepção fomenta o preconceito contra seu público: adulto analfabeto, considerado “incompetente, marginal, culturalmente inferior” (FÁVERO, 2004, p.15), que tem sido profundamente internalizado por estas pessoas que se julgam sem direito à educação.
No contato com alunos e alunas de EJA do citado projeto, ouvi inúmeros depoimentos que demonstram uma auto-estima tão baixa que se consideram incapazes, repetindo sem crítica o perverso ditado: “papagaio velho não aprende a falar”. Paulo Freire (1983) explica que os adultos analfabetos, oprimidos na na sua concepção, hospedam o opressor. Ele