Trabalho de ética
Para a desestabilização de sistemas injustos foram exigidas medidas de boicote. Se com o boicote econômico é possível abrandar regimes repressivos injustos ou se com a eventual deterioração econômica não serão atingidas precisamente aquelas camadas populacionais que se pretende defender, sobre esta questão não existe, nenhuma resposta unânime. Seja como for, as práticas realizadas com o boicote econômico pelo menos são incapazes de confirmar a correção da teoria do boicote. Na visão hodierna parece antes ocorrer que os déspotas e seus favoritos, a quem se pretende boicotar, hão de ser os últimos a sofrer as consequências.
Quase sempre o boicote atinge as camadas mais baixas da população e as forças oposicionistas no país, com isto oferecendo ao regime injusto um pretexto para repressões. Quanto mais nobre o objetivo, tanto mais nobres devem ser também os meios. As consequências de um boicote, a rigor, só podem ser julgadas após um período mais longo. Muita coisa que a partir da ótica política atual parece indesejável pode, depois de algum tempo, ser considerada como altamente positiva.
O consenso básico normal
Existem numerosos pontos comuns no sentido ético: vida digna do homem, liberdade, integridade e solidariedade fazendo parte, em todos os lugares do mundo, dos valores supremos. As diferenças se encontram na composição objetiva destes valores, isto é, em que realmente consiste a “dignidade humana” e a “liberdade” para os homens das diferentes culturas.
Todas as máximas são relevantes do ponto de vista da ética empresarial. Onde as práticas locais estiverem em contradição com o que, como convicção ética amadurecida, é um elemento dos valores básicos e do auto conceito de uma empresa, os padrões internacionais mais elevados deverão se tornar a base de referência, e não aquilo que localmente é usado e corriqueiro. Uma vez que, não obstante todo cuidado e sensibilidade, os erros são possíveis, dever-se-á escolher o lado “mais seguro”,