Trabalho de Sociologia
Aluna: Mariana Helena Alves da Silva
Direito 1º Semestre
Sala 23
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Fazer xixi na rua é uma porcaria disseminada de norte a sul no Brasil. Mas em Salvador, ela atinge níveis inacreditáveis.
“O cheiro que exalava nas ruas da cidade de Salvador era uma mistura de fumo, azeite, peixe, urina e lixo.” A descrição, consta dos relatos que a escritora inglesa Maria Graham fez dos três anos que passou no Brasil, no início do século XIX. Em defesa da capital baiana, saliente-se que ela não recende mais a fumo, a azeite ou a peixe. Mas o lixo e, sobretudo, a urina continuam a infestar o ar, a corroer a reputação da cidade. Só em 2009, a prefeitura de Salvador precisou restaurar dois viadutos e quinze passarelas cujos pilares foram carcomidos por, diga-se com todas as letras, xixi. A prefeitura fez as obras para evitar tragédias, como a que ocorreu em novembro de 2007, quando uma parte da arquibancada do Estádio da Fonte Nova ruiu durante uma partida de futebol, matando sete pessoas e ferindo outras trinta. A perícia provou que a estrutura cedeu porque o concreto e os vergalhões de aço haviam sido corroídos pela urina dos torcedores, que costumam se aliviar no mesmo lugar em que se sentam para assistir aos jogos. Os maus hábitos são de tal ordem que, no ano passado, a arquidiocese local teve de substituir parte das portas da catedral primacial do país, apodrecidas depois de receber esguichos durante décadas. O cardeal dom Geraldo Majella vive implorando à população de incontinentes para não usar a basílica do século XVII como banheiro público.
A urina é um líquido tão devastador por causa do seu alto grau de acidez. Ao atingir o concreto, ela reage com o cimento e elimina seus dois componentes alcalinos: o cálcio e o magnésio. Sem eles, aos poucos, a estrutura vai adquirindo uma consistência porosa, que permite a penetração do ar, da chuva, da maresia – e de mais urina. O desgaste