Trabalho de historia
2. A SOCIOLOGIA DO LIBERALISMO
Completamente diversa é a visão que se obtém com uma abordagem sociológica, que, em lugar de examinar os princípios, considera os atores e as forças sociais.
A visão sociológica é relativamente recente, nitidamente posterior aos acontecimentos, e opõe-se ao idealismo da interpretação anterior. Dando ênfase aos condicionamentos sócio-econômicos, às decisões ditadas pelos interesses, essa abordagem corrige nossa interpretação histórica e sugere que o liberalismo é, pelo menos enquanto filosofia, a expressão de um grupo social, a doutrina que melhor serve aos interesses de uma classe.
Se, com o apoio dessa afirmação, fizermos intervir a geografia e a sociologia do liberalismo, constataremos que os países em que o liberalismo aparece, em que as teorias liberais encontraram maior simpatia, onde se desenvolveram os movimentos liberais, são aqueles onde já existe uma burguesia importante (profissionais liberais, intelectuais, comerciantes, etc).
OBS: É muito íntima a concordância entre as aplicações da doutrina liberal e os interesses vitais da burguesia. A burguesia fez a Revolução e a Revolução entregou-lhe o poder; ela pretende conservá-lo, CONTRA A VOLTA DE UMA ARISTOCRACIA E CONTRA A ASCENSÃO DAS CAMADAS POPULARES.
A burguesia reserva para si o poder político pelo censo eleitoral. Ela controla o acesso a todos os cargos públicos e administrativos. Desse modo, a aplicação do liberalismo tende a MANTER A DESIGUALDADE SOCIAL.
IMPORTANTE: A visão idealista insistia no aspecto subversivo, revolucionário, na importância explosiva dos princípios liberais, mas, na prática, esses princípios sempre foram aplicados dentro de limites restritos. A interdição, por exemplo, dos agrupamentos tem efeitos desiguais, quando aplicada aos patrões ou a seus empregados.
A interdição de estabelecer as corporações não chega a prejudicar os patrões, nem os impede de se