trabalho de filosofia
O que é filosofia? Poderá parecer que afirmar que a filosofia é uma disciplina em aberto, sem resultados substanciais consensuais, é uma forma de apoucar a disciplina, de denegrir ou subalternizar. Contudo, como veremos, há razões para pensar que esta percepção resulta de cientismo. Em qualquer caso, é importante declarar desde já que o caráter aberto da filosofia em nada diminui o seu valor cognitivo ou social, a sua seriedade acadêmica ou escolar, ou a sua importância existencial. Ao estudante compete unicamente compreender os resultados fundamentais da sua disciplina, e eventualmente saber aplicá-los no desempenho de uma profissão associada. Se tentarmos aplicar este modelo de ensino à filosofia, teremos de algum modo de ultrapassar a inconveniência de não podermos em boa-fé dizer aos estudantes que a teoria do conhecimento de Kant é consensual, ou que as ideias de Nietzsche sobre a ética são amplamente aceites entre os filósofos. A solução habitual é procurar substituir a filosofia por outra coisa qualquer: pela história da filosofia, pelo ensaio literário ou pela especulação de caráter mais ou menos vagamente sociológico ou psicológico. A filosofia não é uma disciplina empírica, como a história ou a física. É disciplina a priori ou que se faz pelo pensamento apenas. Não usamos laboratórios, estatísticas, observações telescópicas ou microscópicas. Neste aspecto, a filosofia está mais próxima da matemática, que é também uma disciplina a priori. Isto não significa que não possamos em filosofia apresentar hipótese de caráter empírico, mas significa que se é possível testar empiricamente essas hipóteses, então: são apenas hipóteses sociológicas, psicológicas, biológicas ou outras. Apesar de a filosofia ser uma disciplina priori, a informação empírica pode ser relevante em muitas das suas áreas. Essas informações, contudo, é geralmente fornecida pelas outras disciplinas, e não pela filosofia em