Trabalhamos sobre um barril de pólvora
Recensão Critica: “Trabalhamos sobre um Barril de Pólvora”:
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Homens e perigo na refinaria de Sines.
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Paulo Granjo nasceu em 1963 e é antropólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutorou-se em 2001. Já publicou obras como «Visões do Sindicalismo – Trabalhadores e dirigentes» e «Trabalhamos Sobre um Barril de Pólvora”: Homens e perigo na refinaria de Sines» (obra em estudo nesta recensão), entre outros, pelos quais já recebeu prémios como Prémio Sedas Nunes para as Ciências Sociais.
Após um trabalho de campo realizado entre os anos de 1994 e 1997 na refinaria de Sines, o autor centra a sua obra no factor risco. O risco que acarreta o trabalho numa refinaria e neste caso específico, na refinaria de Sines.
Ao longo da obra é notada uma certa ênfase nesse mesmo foco, que o autor acaba por explicar como sendo um pouco distorcida da realidade já que o dia-a-dia destes trabalhadores não é rodeado pelo medo, mas isso apenas acontece pelo tal ênfase colocado na questão. Basicamente o dia-a-dia destes trabalhadores é considerado por eles como “normal”, apesar de como eles mesmos descrevem “stressante” e “de grande responsabilidade”.
Fundamentalmente o livro concentra-se na procura de explicações que justifiquem a razão pela qual a refinaria se confunde com unidade social, no sentido dos factores de risco inerentes às profissões a ela associadas.
Nos primeiros capítulos é de constatar que se trata mais sobre o trabalhador, o trabalho realizado por cada um e até mesmo o que estes trabalhadores pensam acerca do seu trabalho (de forma global e atingindo os vários factores intrínsecos ao trabalhador enquanto individuo). Estes trabalhadores sentem e demonstram uma enorme honra no trabalho que fazem e apesar de o considerarem stressante, como foi citado acima, isto acontece segundo eles, por ser um