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“Barroco é sempre útil refletir sobre a sua situação de estilo pós-renascentista e, nos países germânicos, pós-reformistas.”
“Ora, o estilo barroco se enraizou com mais vigor e resistiu mais tempo nas esferas da Europa neolatina que sofreram o impacto vitorioso dos novos estados mercantis.”
“O barroco-jesuítico não tem nítidas fronteiras espaciais, mas ideológicas. Floresce tanto na Áustria como na Espanha, no Brasil como no México, mas já não se reconhece nas sóbrias estruturas da arte coetânea da Suécia e da Alemanha cujo “barroco” luterano, (que enforma a música de Bach) é infenso a extremos gongóricos da imagem e do som. Há, portanto, um nexo entre o barroco hispânico-romano e toda uma realidade social e cultural que se inflecte sobre si mesmo ante a agressão da modernidade burguesa, científica e leiga.”
“O rebuscamento em abstrato é sem dúvida o lado estéril do Barroco e o seu estiolar-se em barroquismo. Contra essa deterioração do espírito criador iriam reagir em Portugal e Espanha, nos meados do século XCIII (e meio século antes, na Itália) os poetas árcades, já imbuídos de neoquenhentismo e do “bom gosto” francês.
“E na acepção estrita de “retórica pela retórica” Benedetto Croce esconjurou o Barroco definindo-o “forma prática e não estática do espírito” (isto é, da vontade e não da intuição) e, como tal “varietà Del bruto”.”
“Seja como for, a rejeição de uma certa poética do Barroco não dispensa o crítico de esmiuçar os traços de estilo dos poemas da época nem de sondar-lhes a gênese cultural e afetiva.” “No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica e as primeiras academias repetiram motivos e formas do barroquismo ibérico e italiano.”
Bento Teixeira
“Na esteira do Camões épico e das epopéias menores dos fins do século XVI, o poemeto em oitavas heróicas Prosopopéia, de Bento Teixeira, publicado em 1601, pode ser considerado um primeiro e