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*Lendo o texto de Walter Benjamin, Experiência e Pobreza, é possível perceber que as relações sociais, principalmente no âmbito das experiências vividas na modernidade, têm sido brutalmente esvaziadas. Empregando o que Benjamin concebe como perda ou declínio da experiência é plausível dizer que a humanidade perdeu, e ainda perde, parte do que se pode considerar uma de suas grandes riquezas: a troca de experiências.
Em meio às muitas razões que geram transformações nas relações humanas a que se pode apontar como a mais marcante é o ritmo frenético que permeia a vida dos indivíduos. Em Sobre Alguns Temas Em Baudelaire, Benjamin, por meio de um fragmento de Engels, demonstra o quanto, naquela época, já era perceptível o crescimento da massa e a maneira como esta se movimentava. Já chamava a atenção o fato de as pessoas passarem umas pelas outras sem apresentar sinais, por menores que fossem, de que se reconheciam como semelhantes. Para Benjamin, Engels atribui uma negatividade a esse comportamento, pois, para alcançar tamanhas realizações enquanto civilização, foi necessário sacrificar o melhor da humanidade. Ao observar a descrição do autor, notando a ampla movimentação e indiferença vindas desta multidão, percebe-se o quanto isso afetava, de forma negativa, as relações humanas: “O próprio tumulto das ruas tem algo de repugnante, algo que revolta a natureza humana” (Engels, 1848).
Ainda em Sobre Alguns Temas Em Baudelaire, Benjamin, agora por meio de um dos sonetos mais conhecidos de Baudelaire, A Uma Passante, mostra o quanto o ritmo da multidão influencia, ou até mesmo impõe, a duração das relações entre os indivíduos na