Trab Psico
No filme The Bling Ring podemos ver que há um fetichismo da mercadoria, as mercadorias deixaram de ser mercadoria – ou seja, produto da força de trabalho humana – e passam a ter existência própria, como por exemplo, uma Channel não é uma bolsa, é algo além, a coisa – objeto- passa a se qualificar por si só, e o ser humano é colocado num estado de submissão ao objeto, compra-se determinado objeto para que se possa ser qualificado por ele, e assim passa-se a adquirir o status que provém do objeto, e não da relação social contida nele. O que passa despercebido aos olhos dos personagens é que as mercadorias deixaram de serem produções do trabalho humano não pago e passaram a serem “coisas” (reificação) que existem por si só, e que as qualidades que lhe são atribuídas são frutos das relações sociais de exploração do trabalho humano, ou seja, o sapato Louboutin deixou de ser um objeto usado para a proteção dos pés, e passou a ser um qualificador de status social, ele é quem determinante quem pertence, ou não, a determinada classe social, e por pertencer a essa determinada classe social, quem tem ou não as QUALIDADES e CARACTERÍSTICAS de alguém que usa Louboutin.
Assim, em lugar da mercadoria aparecer como resultado de relações sociais enquanto relações de produção, ela aparece como um bem que se compra e se consome. Aparece como valendo por si mesma e em si mesma, como se fosse um dom natural das próprias coisas. (CHAUI, 1980, p. 22)
Além disso, fica presente no filme essa característica da classe média como aliada, ou primeira reforçadora (consumidora), dos padrões impostos (a ideologia) pela classe dominante. Os jovens roubam os artigos de luxo para alcançar esse padrão que a classe dominante dita e “consome”, não roubam porque precisam para sua existência enquanto necessidades (sobreviver), mas sim para se reproduzir como pertencentes à outra classe social, a que