Trab de historia politica
As relações bilaterais russo-brasileiras têm se caracterizado por ser tão antigas quanto distantes. Seu início remonta a 1827 quando a Rússia reconhece a independência do Brasil, ou mais precisamente a 1828, momento em que ocorre o mútuo estabelecimento de representações diplomáticas.1
Como toda relação bilateral, o caso sob análise é um produto resultante de um conjunto de decisões políticas e econômicas, públicas e privadas, tomadas em cada um dos países relacionados. Essas decisões se manifestam em ações que podem ser diretas ou indiretas, intencionais ou involuntárias, e podem inclusive manifestar-se sob a forma de uma inação. Quer dizer que o caráter das relações bilaterais nem sempre corresponde a políticas ativas e diretas de cada participante em relação ao outro, mas freqüentemente resulta de condicionantes de tipos diferentes – externas, internas, conjunturais, estruturais – que afetam um ou ambos os partners.
No caso russo-brasileiro, as relações bilaterais passaram a sofrer, a partir da revolução bolchevique de 1917, uma forte restrição derivada da ideologia do novo regime político russo. Desse ponto em diante e durante a maior parte de sua história, essas relações foram de baixa intensidade e continuaram muito influenciadas por fatores ideológicos que predominavam no desenho da política externa brasileira. A hostilidade em relação à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS se explicava em grande parte por fatores domésticos (temor da expansão do Partido Comunista Brasileiro – PCB) e pelo estreito vínculo do Brasil com os Estados Unidos da América – E.U.A (alinhamento automático a partir de 1947). Nesse sentido não escapavam a uma espécie de regra de ouro que caracterizou as relações da URSS com os países de América Latina: quanto maior vinculação desses aos E.U.A, mais hostilidade em relação à URSS. Assim, é fácil compreender que em razão do estreito vínculo com Washington, durante a etapa de