Trab De Filosofia
1. Memórias: onde ancora-se as identidades
A vida humana em sociedade necessita compulsoriamente do desenvolvimento da memória. A memória social é aquela no qual as transformações no sentido de articulação com distintos atores e mecanismos sociais se entrelaçam no intuito de se criar sistemas relacionais entre as comunidades/sociedades.
A memória é de grande relevância para as comunidades humanas, pois dela deriva-se o processo de construção das identidades. A partir da Idade Moderna nas sociedades ocidentais cristãs, as identidades passaram a ser “dirigidas” pelo Estados-nações que ora se originavam, era de grande importância naquele momento histórico a criação de uma novo sentido de identidade (pós-Idade Média), uma identidade laica na qual o sentido de nacionalismo fosse o atributo máximo a todos os súditos (Estados monárquicos) que deveriam conferir obediência e relação com os símbolos de ordem e poder criados naquele momento (hinos, bandeiras, etc).
Ao fazer parte do processo de construção da identidade a memória passa a ter um caráter de pertença cultural, pertença simbólica em que se está vinculado. São nestes símbolos de pertença em que me reconheço, me afirmo. Existe naturalmente, a necessidade nos seres humanos de pertencer a um grupo, no sentido de autoafirmação e proteção. É que os interesses:
Só se tornam pessoais pela contribuição e colaboração dos interesses de todos. Pois a pessoa só é pessoa por ser a totalidade de todas as demais pessoas. Uma pessoa idolada, solitária, não é pessoa, é um robocop de destruição. Pois quando não se aceita que as diferenças alheias são indispensáveis para construção da própria identidade, o outro se torna inimigo mortal a ser aniquilado. (LEÃO, Emmanuel. In: Memória e Espaço, p. 12)
É naquele grupo em que faço parte em que posso me afirmar enquanto pessoa, enquanto membro de uma comunidade, enquanto agente relevante desta comunidade. Assim os símbolos de pertença