toyotismo
TOYOTISMO E NEOLIBERALISMO: novas formas de controle para uma sociedade-empresa
Toyotism and Neoliberalism: new means of control for an enterprise-society
Rafael Alves da Silva a
(a)
IFCH - UNICAMP, Campinas, SP – Brasil, e-mail: rafaelcotuca@yahoo.com.br
Resumo
Michel Foucault tratou do que chamou de sociedades de disciplina e sua principal técnica, o confinamento. Porém, em vários momentos apontava que tais práticas estavam sendo deixadas para trás, dando lugar a outras. Essas pistas foram seguidas por Gilles Deleuze em sua reflexão sobre as sociedades de controle e de como seus mecanismos podem ser menos evidentes que os disciplinares, mas mais eficientes e com um alcance ainda maior.
O modelo atual de gestão da produção, associado ao toyotismo, e as atuais tecnologias de vigilância do trabalho configuram uma dimensão do que podemos chamar de sociedades de controle. É possível fazer um paralelo com esse sistema de gestão da produção e o atual sistema de gestão da vida, biopolítica nos termos de Foucault. Toyotismo de um lado e neoliberalismo de outro, como fenômenos de uma sociedade de controle.
Buscando ir além dos aparatos técnicos de vigilância, como câmeras e softwares, focando também tecnologias discursivas e os mecanismos subjetivos de controle do trabalho e social, pretende-se contribuir para a discussão sobre como pode ocorrer tal mobilização para o mercado e o trabalho, com a fábrica prescindindo do capataz e sem a necessidade de qualquer regime ditatorial declarado. Nas palavras de Burroughs: “um estado policial em pleno funcionamento não precisa de polícia”.
Palavras Chave: toyotismo, neoliberalismo, sociedades de controle, controle do trabalho, biopolítica Abstract
Michel Foucault dealt with what he called societies of discipline and their key technique, confinement.
However, he often pointed out that such practices were being gradually phased out while others took place. These clues have been