toxinas
“São moluscos marinhos sem conchas. Eles apresentam padrões de coloração bem variados, principalmente pelo fato de se alimentarem de outros invertebrados que são tóxicos. Esse padrão de coloração é um indicativo de que não são palatáveis para os predadores”, explica o biólogo marinho Vinicius Padula, que estuda a espécie há dez anos.
No Brasil, os nudibrânquios foram estudados mais entre as décadas de 50 e 80, em São Paulo. Hoje, Padula faz um levantamento da espécie. Estima-se que cem delas sejam conhecidas, sendo 55 registradas em Cabo Frio. O biólogo aponta que eles são fundamentais para indicar a saúde do ecossistema. “Eles se alimentam de outros animais que são sensíveis à poluição. Se a gente encontrar essas espécies aqui, é um indicativo de que eles estão podendo comer”, diz.
Após a identificação e classificação, começa a fase de estudos químicos, que podem identificar as moléculas e os produtos naturais que os animais produzem. “Existem alguns casos de toxinas isoladas dos nudibrânquios e outros grupos de invertebrados marinhos, como esponjas, com propriedade citotóxica contra o câncer. E algumas já estão virando medicamento fora do Brasil”, afirma o biólogo.
As belezas e riquezas marinhas de Cabo Frio atraem também pescadores e turistas. A ocupação desordenada é uma ameaça às espécies da região. Padula conta que já é possível observar a degradação. “Você tira um peixe maior e isso causa um desequilíbrio ao longo da cadeia alimentar ao longo do ecossistema marinho”, destaca.
Quem também alerta para os riscos da poluição é o surf repórter Marcelo Valente, que montou