Touch screen
Edição Especial - VOL.6 Nº03
TOUCH SCREEN: A REPROGRAMAÇÃO DAS SENSORIALIDADES NUMA PERSPECTIVA TRIDIMENSIONAL 1 Ana Amélia ERTHAL 2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, Rio de Janeiro, RJ RESUMO Essa pesquisa pretende explorar o contato da tecnologia com o corpo, analisando práticas e técnicas aprendidas na relação com interfaces que devem ser tocadas para interação homem-máquina, denominadas Touch Screen. Sistemas criados para reproduzir, ainda que subjetivamente, a sensação física de intervenção pessoal e imediata em uma mídia, em uma imagem ou qualquer outro tipo de conteúdo. São as telas do telefone celular, do computador, do mini-player de vídeo e música, dos palmtops, dos terminais automáticos de atendimento bancário, terminais em quiosques de informação, mesas de som para DJ’s, televisores digitais e games. Todas têm em comum o fato de que só se comunicam conosco se soubermos manipulá-las pelo toque dos dedos: o que antes só poderia ser visto, agora deve ser tocado.
PALAVRAS-CHAVE: Touch screen; Sensorialidades; Comunicação tátil; Tecnologia.
“One of the consequences of living in a society of the image is that our hands are often hungry for what only our eyes are able to take in.” Constance Classen
Em 2002, Minority Report, um filme de ficção estrelado por Tom Cruise e dirigido por Steven Spielberg, mexeu com o imaginário coletivo projetando imagens de um futuro relativamente próximo. A narrativa acontece em Washington, em 2054, e relata a trajetória de John Anderton, líder da equipe de policiais do Departamento de Pré-Crime, que trabalha ativamente para atenuar a ausência que sente e a culpa que carrega desde o dia do desaparecimento de seu filho de quatro anos. A armadilha política do enredo não é tão interessante quanto às sugestões propostas de aparatos tecnológicos e experiências multisensoriais. Numa cena do filme, o ‘ciberpirata’ Rufus T. Riley (Jason Antoon) apresenta o cardápio de sua loja de entretenimentos: