Torturas e direitos humanos
Vem, então, o Golpe militar de 1964, que desmonta as possibilidades organizativas criadas nos últimos anos e assassina, prende e tortura as lideranças sindicais e populares, surgidas das lutas pelas reformas de base. A economia é alavancada pelo investimento externo, instalam-se as grandes montadoras em SP e viabiliza-se a integração do Brasil com grandes obras de infraestrutura e serviços. A classe é obrigada a lutar na clandestinidade ou por dentro dos aparelhos sindicais ligadas ao Estado. Inúmeros sindicatos são alvo de intervenção do Ministério do Trabalho impedindo que se efetivassem reivindicações. As organizações revolucionárias se fragmentam, por motivos de avaliação frente à conjuntura e pela forma de atuação durante a ditadura. Inúmeras dissidências, frações, tendências são criadas e adotam as mais diversas táticas de luta.
No entanto, as próprias contradições do “milagre econômico” levaram ao seu limite político. No final de década de 70, greves importantes no centro de produção de valor mostraram que a ditadura não podia continuar e que os interesses dos trabalhadores passavam pela democratização da sociedade. É nessa formulação democrática que precisamos nos deter. Nos outros períodos apresentados, a superação sistêmica era o objetivo central das organizações operárias, elaborando para esse objetivo uma estratégia que se desdobra em táticas, em compreensão do inimigo e dos aliados da via revolucionária e das estruturas de duplo-poder capazes de viabilizar uma transição para além do capitalismo. Anarquistas e comunistas concordavam com essa tese mínima, mesmo discordando nas formas de se operacionalizar os movimentos.
Durante a ditadura, as organizações necessitaram fazer um balanço das estratégias usadas e de quais seriam possíveis numa ditadura. Algumas chegaram à conclusão que a luta armada era a única saída. Outras optaram pela clandestinidade pacífica e outras ficaram condenadas ao ostracismo.
O novo sindicalismo, as