Tomás kuhn
Tomando como referência a filosofia da ciência de Kuhn, avancemos para o terceiro problema central deste capítulo: o problema de saber se a ciência é objetiva.
Aqueles que, como Popper, afirmam que a ciência é objetiva, querem dizer com isso que as teorias científicas podem descrever corretamente a realidade e que, à medida que o conhecimento científico evolui, vamos obtendo uma imagem cada vez mais fiel do mundo como ele é realmente.
Kuhn rejeita esta perspetiva.
O conceito central da filosofia da ciência de Kuhn é o de paradigma. Para Kuhn, a história de uma disciplina científica é uma sucessão de paradigmas. Por exemplo, a física foi dominada, durante muitos séculos, pelo paradigma aristotélico, que acabou por ser substituído pelo paradigma newtoniano, até que, no século XX, também este deu lugar a um novo paradigma, assente nas teorias de Einstein. Mas o que é, afinal, um paradigma?
O conceito de paradigma.
Um paradigma é toda uma forma de fazer ciência. Um paradigma é uma estrutura teórica que oferece uma visão do mundo e uma forma específica de fazer ciência numa dada área.
Para esclarecer o conceito de paradigma, vejamos o exemplo do paradigma newtoniano. Este paradigma centra-se na mecânica de Newton, uma teoria capaz de explicar o movimento a partir de diversas leis. A teoria de Newton fundou um paradigma porque, por um lado, os cientistas encontraram nela soluções brilhantes para muitos problemas que os intrigavam e porque, por outro lado, encontraram nela meios definidos para desenvolver a investigação.
Elementos dos paradigmas
Um paradigma regula todo o trabalho científico numa certa área de investigação. Por isso, inclui diversas espécies de regras (ou leis), como as seguintes:
Regras para aplicar a teoria à realidade.
Regras para usar instrumentos.
Regras para avaliar explicações.
Ao trabalharem sob o paradigma newtoniano, os cientistas aceitavam, então, regras para aplicar as leis de