Tolerancia zero

01.
O programa “Tolerância Zero” recebeu diversas críticas referentes ao modo de execução de tal projeto.
Quando se combate os pequenos delitos punindo os respectivos autores de maneira eficiente, tem-se a ideia de que a cidade está pacificada, uma aparência de tranquilidade. No entanto os crimes de maior potencial ofensivo, tais como aqueles de colarinho branco, praticados por organizações criminosas que agem de forma velada, permanecem impunes.
Com a aplicação desse programa, certamente o gasto com o aparato policial seria bem maior, o que prejudicaria o financiamento de outros setores que a médio e longo prazo seriam a solução para a diminuição da criminalidade e não um paliativo como demonstra ser dito programa.
Não se pode imaginar esse programa sendo implementado no Brasil, atualmente já se observa que o sistema penitenciário está falido, imagine com a adoção dessa política.

02.
Um programa contrário à política de “tolerância zero” foi o “abolicionismo penal”, o qual defende o fim do direito penal por considerá-lo um mal para a sociedade. Apresentava como proposta principal a solução dos litígios entre as partes.
Uma das principais críticas ao abolicionismo penal é o ressurgimento da vingança privada, a qual consistia na reação da vítima, dos parentes e até do grupo social que agiam não só contra o autor, mas como todo seu grupo sem qualquer proporção ao crime cometido.
Outra crítica é em relação aos crimes graves que afetam a sociedade, os quais, pela lógica do programa, ficariam impunes.
Mesmo com as ineficiências do direito penal e processual há a necessidade de suas existências para que a sociedade tenha uma espécie de freio para o cometimento de um crime.

03.
Esse modelo propõe uma política de proteção ao acusado, assegurando seus direitos, tais como ampla defesa, devido processo legal, defesa técnica, contraditório, ou seja, garantias contra as possíveis arbitrariedades dos agentes públicos.
Observa-se que o Estado mantém uma