Tobias Barreto
Tobias Barreto de Menezes (07-06-1839/26-06-1889), mestiço, pobre, nasceu na vila de Campos, província de Sergipe, e faleceu em Recife, Pernambuco. Bacharel em direito pela Faculdade do Recife, foi jornalista, advogado e deputado provincial. Destacou-se no campo da filosofia por sua atuação polêmica contra o conformismo retórico. Questionou a concepção de física social do positivismo, relacionou o conceito de cultura à constituição de normas para a compreensão do social e do humano. Entendia a metafísica como teoria do conhecimento divergindo profundamente do positivismo. Admitia a liberdade humana como realidade não empírica. Defendeu o liberalismo na política, a emancipação feminina e a libertação dos escravos. Foi uma figura central na Escola do Recife, disseminando o pensamento filosófico alemão no Brasil que, naquela época, sofria forte influência da cultura francesa. Certamente, foi um importante pensador brasileiro no século XIX.
Publicou Ensaios e estudos de filosofia e crítica (1875), Dias e Noites(1881), Estudos alemães (1883), Menores e Loucos (1884), Discursos(1887) e Questões vigentes de filosofia e direito (1888). O restante de sua obra, dispersa em jornais, foi reunida em três edições de Obras completas, em 1925, 1963 e 1989.
Dias e Noites foi seu único livro de poesias e, pelo que sei, teve sete edições.
O que observo nos estudos que se fizeram até o momento sobre sua obra é que boa parte dos críticos classificam-no como um grande pensador, filósofo e revolucionário das idéias, não como poeta. Realmente o foi, leve-se em conta que a maior parte de sua produção tenha tido cunho filosófico, conta-se apenas um