Tnf (alfa) e células nk
Os fatores relacionados ao choque estimulam macrófagos a produzir e liberar uma citoquina - o fator de necrose tumoral - alfa (TNF-alfa), talvez um dos mais importantes mediadores inflamatórios do choque. O seu papel já está bem documentado no choque séptico (a endotoxina dos Gram negativos e o ácido teicóico dos Gram positivos podem induzir a sua liberação). O TNF-alfa estimula a invasão de leucócitos aos tecidos, ao aumentar a formação de neutrófilos na medula óssea (leucocitose) e ao mesmo tempo promover a expressão endotelial de moléculas de adesão leucocitária (ICAM-1, VCAM-1, P-selectina). Os neutrófilos podem ser os responsáveis diretos pela lesão tecidual - quando ativados, liberam radicais livres de oxigênio, N-cloraminas e enzimas proteolíticas - substâncias de um alto poder lesivo.
O TNF-alfa também estimula leucócitos a produzir e liberar citoquinas (IL-1, IL-6, IL-8 e o próprio TNF-alfa) importantes na manutenção e exacerbação do processo inflamatório. Diversos mediadores inflamatórios são liberados por efeito direto ou indireto das citoquinas: PAF (um dos mais potentes), prostaglandinas, leucotrienos, bradicinina, fatores quimiotáticos do sistema complemento (C3a, C5a). A interleucina 6 (IL-6) age no fígado, estimulando a liberação de proteínas da fase aguda, coma a proteína C reativa (PCR) e o amilóide A. O sistema de coagulação e as plaquetas também são ativados, justificando a formação de microtrombos na rede capilar, que contribuem para o distúrbio microcirculatório encontrado no choque. O TNF-alfa é um importante inotrópico negativo, a medida que estimula a produção do lipídeo esfingosina que, por sua vez, bloqueia a saída de cálcio do reticulo sarcoplasmático do miócito cardíaco.
O TNF-alfa age sobre o endotélio, induzindo a formação de um tipo especial da enzima óxido nítrico sintetase. Esta enzima é capaz de sintetizar níveis 100 vezes maiores que o normal de óxido nítrico (NO) - um